

2018
SEATTLE
Criação e Encenação: João de Brito;
Dramaturgia: João de Brito e Stattmiller ;
Interpretação: Carlos Malvarez, Cristóvão Campos, João Pedro Dantas e Lia Carvalho ;
Desenho de Luz: Tasso Adamapoulos ;
Cenografia: Rita Prata e Sara Marques ;
Sonoplastia: Cristóvão Campos ;
Fotografia: José Sena Goulão ;
Vídeo: Diogo Simão ;
Operação Técnica: Roger Madureira;
Design Gráfico: Bruno Bua ;
Direcção de Produção e Produção executiva: OX|P (Daniela Sampaio e Joana Ferreira);
Produção: LAMA
Seattle tem uma meteorologia própria, aquela gerida pela paisagem interior das personagens. A dinâmica e o ambiente tchekhoviano apontam o frio, o passar dos dias a fio, sempre iguais, e o difícil divorciar dos espaços de recordação, de convivência e de partilha: em Seattle as mãos e os corações gelam, e a chuva que se impõe é uma tempestade da alma, a mesma que habita e inspira o espírito grunge que aqui se experimenta.
Seattle é para nós a metáfora dos sonhos, daqueles que apenas se apresentam como um lugar de memória que, afinal, nunca se habitou. A passagem do tempo e o ritmo dos dias apresentam-se como um escape paradoxal que apenas adia o confronto inevitável com a mudança. E isto somos nós, sem certezas, a praticar os 27 anos de quem já viveu e sentiu tudo, do lado de cá, o das sombras, da caverna a que chamamos casa. Perto de uma hora é a duração desta experiência cénica, sinédoque de um momento tão fugaz quanto o movimento de Kurt Cobain e companhia. "É melhor queimar de uma vez do que ir apagando aos poucos."
Apoios: Algarve Informativo, Cia JGM, Dora Santos, Escola de Mulheres, Largo Residências, Rua FM, Teatro Ibérico, teatromosca